Como parte das comemorações de 30 anos, a ABIMDE (Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança) apresentou em agosto, o resultado do estudo inédito que revela que a Base de Indústria da Defesa (BID) movimentou R$ 202 bilhões, ou 3,7% do PIB brasileiro, em 2014. “Apresentamos à sociedade o resultado dos impactos do Complexo da Defesa na economia brasileira mensurado pela FIPE com a chancela do ministro Delfim Netto”, disse o presidente da associação Sami Youssef Hassuani para empresários do setor, autoridades civis e militares e convidados durante o evento realizado no auditório do Comando Militar do Sudeste, na capital paulista.
A pesquisa foi desenvolvida a pedido da ABIMDE, pela FIPE (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) sob a coordenação economista e professor Joaquim José Martins Guilhoto, vice-diretor da FEA-USP/FIPE, e conta com a análise econômica do ex-ministro Antônio Delfim Netto.“Temos as estimativas dos impactos diretos, indiretos e induzidos, sobre a economia brasileira, que vão ser propiciados pelos projetos de investimento do PAED (Plano de Articulação e Equipamentos de Defesa)”, explica o presidente da ABIMDE. O economista e ex-ministro Delfim Netto destacou que o setor da Defesa é responsável pela salvaguarda das “três forças independentes que dão sustentação à Soberania Nacional” – água, energia e alimentos. "O Brasil precisa da Indústria da Defesa para ser capaz de proteger suas riquezas e seus direitos. É uma indústria dissuasiva, fundamental para a Soberania Nacional.”
Como o PIB é o indicador do crescimento da economia é determinante saber qual o valor da contribuição da cadeia produtiva da Indústria de Defesa e Segurança. “A partir do momento em que se tem dimensão do setor da Indústria da Defesa pode-se desenvolver melhor as políticas públicas”, diz o economista e professor Guilhoto da FEA-USP/FIPE. “A cada R$ 10 bilhões investidos no setor da Defesa e Segurança, o governo tem o retorno de R$ 5,5 bilhões em tributos. Este é um retorno muito maior que a média brasileira.”
O documento dimensionou o setor produtivo da Defesa e Segurança no Brasil de 2009 a 2014, com base nos impactos socioeconômicos como emprego, renda e arrecadação de tributos. Na avaliação do presidente da ABIMDE, a indústria de defesa contribui não somente para a soberania nacional, mas é um importante motor da economia brasileira. Ele explica que o estudo verificou também a qualificação da mão de obra. Por atuar em um setor que trabalha com tecnologia crítica, o nível de especialização é elevado bem como os salários, se comparado com outras atividades da economia. “Como os salários são acima da média da economia, produz-se um efeito induzido expressivo, com impactos sociais e econômicos positivos, o que permite avaliar o quanto é crucial planejar as políticas de longo prazo de investimentos no setor de Defesa Nacional”, conclui Hassuani.
NÚMEROS
R$ 202 bilhões ou 3,7% do PIB/Brasil:
• R$ 110 bilhões: despesas correntes de Defesa e Segurança;
• R$ 47 bilhões: esfera estadual, representada pelas Polícias Militares;
• R$ 31 bilhões: Segurança Privada;
• R$ 25 bilhões: Defesa Nacional;
• R$ 7 bilhões: Segurança Federal.
FONTE: FIPE/ABIMDE
Impactos por cada módulo de R$ 10 milhões investidos em projetos do PAED
Investimento Modular:........................................................R$ 10 milhões
Efeitos Direto e Indireto na Economia:........................... R$ 18,6 milhões
Incremento no PIB:........................................................... R$ 9,7 milhões
Pessoal ocupado:.........................................................174,5 homem-ano
Efeito Direto, Indireto e Induzido na Economia:............. R$ 33,4 milhões
Incremento no PIB com efeito Induzido:........................ R$ 18,6 milhões
Pessoal ocupado com efeito Induzido:........................352,6 homem-ano
FONTE: FIPE/ABIMDE