A Marinha Portuguesa poderá receber ainda este ano os 8 mísseis anti-navio UGM-84G Sub-Harpoon Block II para armar os dois submarinos 209PN da Classe Tridente que formam a 5ª Esquadrilha de Submarinos. Os mísseis são na verdade mísseis superfície-superfície RGM-84D Harpoon originalmente das fragatas Portuguesas modernizados pela Boeing dos Estados Unidos.
O contrato celebrado em 2009 por um montante de 8.9 milhões de euros compreendeu a aquisição aos Estados Unidos através do procedimento de vendas militares ao estrangeiro FMS (Foreign Military Sales) de 8 cápsulas e contentores e 8 conjuntos de modernização e serviços e equipamentos associados.
Para além de possuir a capacidade anti-navio, o UGM-84G Sub-Harpoon Block II permite ser empregue contra alvos terrestres. A modificação do míssil passa principalmente pela incorporação de sofisticados sistemas de navegação e posicionamento que permitem que o mesmo atinja o alvo com elevada eficácia e precisão.
Aquando da entrega dos submarinos, os S160 NRP "Tridente" e S161 NRP "Arpão" recebidos em Junho e Dezembro de 2010 respectivamente. Estes já vinham equipados com o sistema de comando, controlo e lançamento dos mísseis, O sistema AHWCS (Advanced Harpoon Weapon Control System). O lançamento dos mísseis é efectuado por alguns dos 8 tubos de 533 mm destinados ao torpedo pesado filo-guiado de longo-alcance Black Sharck da Italiana Whitehead Alenia Sistemi Subaquei (WASS), do qual 24 unidades foram adquiridas em Março de 2005 e já recebidas. O submarino permite ainda o lançamento de minas multi-influência RWM Italia MN 102 MURENA e sistemas de contra-medidas anti-torpedos.
O programa de aquisição dos submarinos por Portugal tem origem em 1998 aquando do lançamento do concurso internacional no âmbito do Programa Relativo à Aquisição de Submarinos (PRAS), este que resulta do Programa de Manutenção da Capacidade Submarina implementado em Setembro de 1995. A escolha recaiu em Novembro de 2013 no então consórcio Alemão German Submarine Consortium (constituído pelas empresas Howaldtswerke Deutsche Werft, Ferrostaal e Nordseewerke) hoje ThyssenKrupp Marine Systems (TKMS). Foi depois celebrado em Abril de 2004 um contrato por um preço base inicial de 769.3 milhões de euros que subiu em Outubro de 2004 para os 832.8 milhões de euros e para um montante final de 1001 milhões de euros à data de Dezembro de 2010. Os dois submarinos vieram substituir as unidades da Classe Albacora.
Os submarinos Portugueses estão entre os mais modernos submersíveis de ataque com propulsão convencional. O 209PN incorpora o sistema de gestão de combate ISUS 90-50 e um completo sistema de sonar da Atlas Elektronik, um radar de navegação Sphinx da Thales Defence & Security Systems, o sistema integrado de comunicações SubICS da EID, o periscópio de busca SERO 400 e o periscópio óptico de ataque OMS 100 da Cassidian Optronics, e os sistemas de guerra electrónica UME-200 da Saab Electronic Defence Systems e CRS-8100 da MEDAV.
O 209PN oferece um deslocamento de 2020 toneladas em imersão e 1842 toneladas à superfície, um comprimento de 67.9 metros e um diâmetro de 6.3 metros, uma velocidade superior a 20 nós e uma autonomia máxima de 12000 milhas náuticas. A guarnição é composta por 33 elementos, tendo capacidade para acolher 14 militares adicionais.( Victor M.S. Barreira)
Fotografia 1: A Marinha Portuguesa opera presentemente dois submarinos de ataque submarinos 209PN (Marinha Portuguesa).
Fotografia 2: Os dois submarinos Portugueses serão armados com mísseis UGM-84G Sub-Harpoon Block II (Marinha Portuguesa).
Submarinos Portugueses com mísseis ainda este ano
defensa.com, 29 de julio de 2014
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